quarta-feira, 29 de abril de 2015

29/04/2015


PPS e PSB anunciam início do processo de fusão entre os dois partidos







Foto: Robson Gonçalves
PPS e PSB anunciam início do processo de fusão entre os dois partidos
Dirigentes e parlamentares dos dois partidos participaram de ato na Câmara

Por: Valéria de Oliveira 

O PPS e o PSB anunciaram, nesta quarta-feira (29), em Brasília, o início do processo de fusão das duas siglas. Tanto o deputado Roberto Freire (SP), presidente do PPS, quanto Carlos Siqueira, presidente do PSB, foram firmes ao declarar que a nova legenda, que ainda não tem nome, não será aliada do governo, mas uma nova alternativa da política nacional, contemporânea do novo e antenada com as demandas da sociedade.

A intenção das duas legendas é não tardar com os procedimentos da fusão, que deve acontecer até junho. São necessárias realizações de congressos nacionais dos partidos para aprovar a medida. A nova legenda nascerá com 45 deputados federais; oito senadores, contando com a entrada da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy; três governadores; 92 deputados estaduais; 588 prefeitos, sendo quatro deles de capitais; 5.832 vereadores; e 792 mil filiados.

A fusão do PPS com o PSB começou a ser discutida na pré-campanha do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos à Presidência da República. “Temos muito em comum com o PSB, estivemos juntos em muitas lutas, mas esta não é uma homenagem ao passado, mas sim ao futuro, pois o Brasil atravessa uma crise grave e busca alternativas; queremos construir o novo”, disse Roberto Freire.

Carlos Siqueira adiantou que a nova sigla disputará as prefeituras de todas as capitais e de 200 cidades-polo do país. “Talvez os grandes partidos não tenham tantos bons nomes para lançar candidatos como nós temos”, salientou. Marta Suplicy foi dada como certa para disputar a prefeitura de São Paulo. “É uma das candidatas mais competitivas”, observou Siqueira. Ele foi enfático ao afirmar que desconhece a existência de uma ala governista dentro do PSB.

Ao ser questionado sobre o impeachment da presidente Dilma, Freire lembrou que o PPS ainda não tomou uma posição oficial sobre o assunto. “Pode ser uma alternativa. Não se pode dizer que se é a favor se as condições políticas não estão dadas. Nós discutiremos. Nenhuma das duas forças vai impor uma posição”, disse.

Pela frente, PPS-PSB têm o desafio de derrubar o veto da presidente à janela resultante de uma fusão, da qual vier a nascer um novo partido. A emenda prevendo essa definição é de autoria da bancada do PPS. A vitória na apreciação do veto, no entanto, não é uma condição para a fusão, conforme afirmaram os dois dirigentes partidários. 

O que apressou o processo de fusão, segundo Freire, foi o fato de não haver nenhuma reforma política implantada e a premência do prazo para definição de partidos e candidatos um ano antes das eleições. 

Freire disse que o que move a fusão é “termos uma história de lutas em comum, pela democracia, pela anistia, para corrigir rumos do Brasil e também uma perspectiva que precisa ser construída para um país que está pedindo um novo rumo”. 

Siqueira classificou o processo de aproximação dos partidos como uma vitória da política e disse que a fusão é uma homenagem à memória de Eduardo Campos. O presidente do PSB afirmou ainda que não tem conhecimento de um pedido de aproximação do partido com o governo por parte da presidente Dilma e que não tem tido contato com o ex-presidente Lula. “Nosso compromisso é com o Brasil, que está numa situação grave. A fusão vai agregar força política capaz de oferecer uma alternativa diferente, de esquerda e democrática”, concluiu.

Além de Freire e Siqueira, também compuseram a mesa do anúncio da processo de fusão os líderes do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR); do PSB, Fernando Coelho Filho; o ex-governador do Espírito Santos Renato Casagrande (PSB) e o ex-deputado Beto Albuquerque (PSB).

Também participaram do evento deputados federais, prefeitos, dirigentes e militantes dos dois partidos.

quinta-feira, 23 de abril de 2015

23/04/2015


Na Agência Câmara, Rubens fala de CPI e critica aparelhamento dos fundos




Por: Agência Câmara 

Protocolado pedido de criação da CPI dos Fundos de Pensão

A Câmara dos Deputados pode criar uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar os indícios de aplicação incorreta dos recursos e de manipulação na gestão de fundos de previdência complementar de funcionários de estatais e de servidores públicos ocorridas entre 2003 e 2015.

Um requerimento neste sentido foi protocolado nesta quarta-feira (22), com as assinaturas de 186 parlamentares – são necessárias pelo menos 171.

Há indícios de ramificações do esquema do doleiro Alberto Youssef na gestão de fundos de previdência complementar, que administram mais de R$ 452 bilhões. Entre os alvos da investigação parlamentar estão a Fundação dos Economiários Federais (Funcef), a Fundação Petrobras de Seguridade Social (Petros), a Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil (Previ) e o Instituto de Seguridade Social dos Correios e Telégrafos (Postalis).

No requerimento de criação da CPI, o líder do PPS na Câmara, deputado Rubens Bueno (PR), afirma que “o aparelhamento político dos fundos de previdência complementar, que têm funcionários de estatais e servidores públicos como participantes, associado aos prejuízos milionários recorrentes e decorrentes de sua má gestão, assinalam mais um possível foco de corrupção que precisa ser investigado com a máxima urgência”. Também são autores do pedido os líderes do DEM, deputado Mendonça Filho (PE); do PSDB, deputado Carlos Sampaio (SP); e o deputado Júlio Delgado (PSB-MG).

Operação Lava Jato


Os autores do requerimento destacam que, durante a Operação Lava Jato, a Polícia Federal encontrou em computadores de pessoas ligadas ao doleiro Alberto Youssef mensagens que fazem referências ao ex-tesoureiro do PT, João Vaccari Netto, em uma aplicação de R$ 73 milhões das fundações Petros e Postalis, feita em 2012, no fundo de crédito Trendbank. A operação causou grandes prejuízos aos dois fundos e o Trendbank foi fechado em dezembro de 2013 por conta de sua elevada inadimplência.

Os parlamentares também apontam a decretação da falência do Banco BVA S.A. e os prejuízos decorrentes das aplicações financeiras em fundos administrados pelo banco BNY Mellon, que geraram prejuízos bilionários tanto aos contribuintes dos fundos (Previ, Petros, Postalis, Refer, entre outros) como às estatais que os patrocinam. O líder do PPS, Rubens Bueno, ressalta que, no caso dos Postalis, os funcionários dos Correios estão tendo que arcar com uma contribuição muito maior do que a habitual devido ao rombo bilionário no fundo.

Atualmente, quatro CPIs estão em funcionamento na Câmara (CPI da Petrobras, CPI da Violência contra Jovens Negros e Pobres, CPI do Sistema Carcerário e CPI da Máfia das Órteses e Próteses), sendo que apenas cinco podem funcionar simultaneamente. Outros sete pedidos aguardam na fila.

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