sábado, 25 de julho de 2015

24/07/2015


Fala, Presidente: A farra dos cartões corporativos







Foto: Robson Gonçalves
Fala, Presidente: A farra dos cartões corporativos
Freire: Brasil não aguenta mais tanta corrupção e desperdício

Por: Roberto Freire 

Enquanto impõe aos brasileiros um ajuste fiscal que penaliza o trabalhador em tempos de crise e beneficia a banca financeira, o governo de Dilma Rousseff, assim como o de Lula em passado recente, não demonstra nenhum pudor no uso abusivo dos chamados cartões corporativos, especialmente nos gastos do gabinete presidencial. Segundo reportagem publicada pela mais recente edição da revista “Istoé”, desde que o PT assumiu o poder, em 2003, foram torrados nada menos que R$ 615 milhões com os cartões – e cerca de 95% dessas despesas são consideradas “secretas”. 
 
Para que se tenha uma ideia da dimensão do montante desperdiçado pelos governos petistas, os gastos com o cartão corporativo em 2002, último ano da gestão de Fernando Henrique Cardoso, foram de R$ 3 milhões. Apenas nos três primeiros meses do segundo mandato de Dilma, em 2015, as despesas alcançaram R$ 14,3 milhões, dos quais R$ 4 milhões exclusivamente na Presidência da República. No ano passado, foram R$ 65 milhões ao todo, sendo R$ 22 milhões no gabinete da presidente. O descalabro é tão evidente que levou à abertura de um processo sigiloso no Tribunal de Contas da União (TCU) – o mesmo que investiga as “pedaladas fiscais” nas contas do governo em 2014 – cujo objetivo é detalhar o que os técnicos do tribunal apontam como “gastos excessivos”. 
 
Instituídos durante o governo FHC justamente para inibir os gastos e promover a transparência nas contas federais por meio da comprovação de notas, os cartões corporativos já haviam sido desmoralizados na gestão de Lula, quando a Comissão de Ética Pública da Controladoria-Geral da União (CGU) foi acionada para investigar as despesas abusivas de alguns ministros. Foi exatamente em 2010, último ano do governo Lula, que os gastos totais com cartões bateram o recorde (R$ 80 milhões, dos quais R$ 19 milhões na Presidência). À época, a imprensa revelou que alguns ministros pagaram diárias em hotéis de luxo, foram ao cabeleireiro e até compraram tapiocas utilizando seus cartões – algo irrelevante, mas que demonstra o desrespeito e o deboche no trato da coisa pública. Foi ainda sob os auspícios de Lula que grande parte do gasto nos cartões da Presidência passou a ficar sob sigilo, justificado pelo argumento falacioso de que se tratava de uma questão de “segurança nacional”.  
 
Tamanha desfaçatez gera uma indignação nacional traduzida nos índices cada vez mais pífios de aprovação ao governo Dilma – apenas 7,7%, segundo a última pesquisa divulgada pela CNT/MDA. O percentual de brasileiros que avaliam a atual gestão como ruim ou péssima já é de 70,9%, enquanto 62,8% são favoráveis ao impeachment da presidente. A grave crise econômica pela qual passa o país, com o fechamento de mais de 345 mil vagas formais de emprego neste ano (111 mil apenas no mês de junho, de acordo com dados do próprio Ministério do Trabalho), se mistura à crise política e gera um cenário que nos aproxima de uma verdadeira crise institucional. 
 
O episódio dos cartões corporativos é só mais um que se soma à infindável coleção de imoralidades que marcam o governo do PT – da compra de apoio parlamentar que gerou o mensalão às propinas provenientes do assalto à Petrobras desnudado pela Operação Lava Jato.  Diante de um acelerado processo de ingovernabilidade, com uma presidente acuada que já não governa, o debate em torno do impeachment está posto na sociedade e tal alternativa pode se impor como solução constitucional para o impasse. O Brasil não aguenta mais tanta corrupção e tanto desperdício. 
 

terça-feira, 7 de julho de 2015

"Clima no país é de pós-Dilma", avalia o presidente nacional do PPS






Foto: Robson Gonçalves

"O clima é fruto da crescente ingovernabilidade", sentenciou Freire

Por: Valéria de Oliveira 

O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), disse, nesta segunda-feira (06), que existe um clima “de pós-Dilma” no país. O parlamentar explicou que a discussão sobre o que virá após a saída intempestiva da presidente está presente em toda a sociedade porque existem possibilidades concretas de cassação da chapa que a elegeu, de impeachment e até mesmo de renúncia.

Dilma Rousseff convocou uma reunião de emergência com aliados para hoje para discutir o “clima de impeachment” que está tomando conta do Brasil. Foram convocados presidentes e líderes de partidos que apoiam o governo no Congresso Nacional. O objetivo é tratar dos movimentos pelo afastamento da presidente que ganharam força com a piora da crise que acomete o governo.

Ingovernabilidade

“O clima é fruto da crescente ingovernabilidade”, sentenciou Freire. Ele lembrou que, ao abrir o jornal, o que se lê são analistas políticos discutindo o “pós-Dilma”. “O noticiário político é todo nesse sentido, mas o impeachment é uma das hipóteses para a saída da presidente”. A renúncia é a possibilidade mais remota, acredita o presidente do PPS, “mas alguns não se cansam de solicitar”. 

Existe também a alternativa do julgamento das contas da chapa Dilma e Michel Temer, que ganhou contornos mais fortes com a delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, da UTC, que afirmou ter doado dinheiro via caixa dois para a campanha da petista. 

Lula

Segundo Roberto Freire, as declarações do ex-presidente Lula criticando o governo e a presidente ajudaram a dar maior substância ao clima da expectativa do “pós Dilma”. “Foi uma posição completamente inconcebível a de Lula de partir para a crítica desabrida. A partir dali, o clima do pós-Dilma se aprofundou”, analisou o deputado.

No entender de Freire, o governo está “desarvorado”. “O ministro da Justiça (José Eduardo Cardozo) ameaçou sair e terminou ficando, mas ele se esquece de que participou do impeachment de Fernando Collor e ali não era golpe, que é uma argumentação do PT que beira ao ridículo”.

Para Freire, impeachment se impõe. “Pode chegar o momento em que ele se torne quase como uma necessidade. Basta se instalar efetivamente um clima de ingovernabilidade. Pode acontecer de ninguém querer, mas ele se impor”. 

Roberto Freire rememora que “ninguém vivia na rua dizendo que era a favor do impeachment de Collor”. Ele chegou em um determinado momento e foi a saída para que o Brasil pudesse superar todo um quadro de ingovernabilidade, de perda total de expectativas do ponto de vista econômico, político, “que é algo do que está se aproximando, neste momento, esse desgoverno da Dilma”.

Impugnação


Na avaliação de Freire, existem elementos para impugnar a chapa Dilma e Michel Temer, do PMDB. “As delações premiadas estão trazendo algumas denúncias com nível de comprovação significativa, mas quem vai decidir isso é o TSE (Tribunal Superior Eleitoral)”.

Se comprovada a utilização de dinheiro de caixa dois ou proveniente do exterior de forma ilegal, analisa, “isso é muito grave, porque fica evidente que foram eleitos com a fraude, com o crime e se o tribunal entender dessa forma é quase certeza de que pode cassar o mandato da chapa”. A prestação de contas é feita pela chapa e não individualmente, lembrou o parlamentar.

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